Infância Verdadeira

Pega-Pega, carrinho de rolimã, esconde esconde, mãe da rua, quebra cabeça, mana mula, barbie, lego, polly, joquempo, roba bandeira, policia e ladrão. Brincadeiras, personagens fizeram por muito tempo parte de nossas infâncias. Quem nunca cantou: “Fulano roubou pão na casa do João(…)” ou ainda “Coloca o dedo aqui, que a casinha vai fechar, é um dois três e já”? Eu não sei vocês, mas eu tive um amigo imaginário, um celular de brinquedo, o tênis que acendia a luz, disputava tazoo, comprava mini guaraná para ganhar pokebolas. Escutava todos os dias chapeuzinho vermelho para dormir, alugava todos os dias Cinderela e tinha que rebobinar a fita de video cassete para devolver. Comia o Mc Lanche feliz e me divertia muito com aqueles brinquedos que vinham.
Muitos dos que vão ler esse texto, tiveram uma infância como a minha ou muito parecida. Eu me refiro á infância de verdade que nunca esqueceremos. Nossos irmãos/primos mais novos, infelizmente não nasceram em uma época como a nossa, que as coisas eram tão doces. Eles nasceram na época do dvd, televisão de plasma, computador/notebook, playstation… Eles são os chamados “Geração Z”. Infelizmente, não podemos evitar a forma como o mundo vai modificando-se rapidamente. Afinal, muitas coisas facilitam nossa vida ao mesmo tempo que nos prendem em casa/no trabalho.
Podemos passar para eles um pouco da nossa infância, desalienar-los um pouco. Não precisamos muda-los, mas podemos enriquece-los com algumas coisas simples que até hoje não deixamos que morressem.
Nós ainda temos crianças vivas dentro de nós. Quando brigamos com um amigo, por exemplo, e falamos que nunca mais vamos olhar na cara dele, é a mesma coisa que quando dávamos o dedão e falávamos: “Belem belem to de mal até o ano que vem”. Não podemos voltar ao passado para poder dar a eles tudo o que tivemos, mas podemos dar um presente ensinando a ser simples, viver fora do conforto tecnológico. Ensina-los que uma rampa do prédio vira uma rampa de skate, que a praia serve para observar em volta coisas muito mais simples como o sol se pondo. Não precisamos do google para mostrar a eles uma foto de algo que está muito próximo de nós, podemos leva-los até isso. Ver e clicar são coisas diferentes. Podemos mostrar que, a verdadeira criança é aquela que mesmo caindo, se machucando e chorando… Acima de tudo, levanta e está pronta para a próxima.

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